Menino que nasceu em Escada e cresceu na pacata Bezerros (PE), brincando e jogando bola na rua, subindo em árvores, pulando muros e fugindo da mãe para ouvir histórias cantadas nas feiras da cidade, Severino viveu a liberdade de outros tempos.
Era o auge da literatura de cordel - uma mistura de jornalismo rústico e romanceiro da caatinga - que determinou a identidade cultural de gerações de brasileiros. Entre eles, Severino, que teve na forte presença paterna o alicerce de sua formação moral e artística.
Filho de Amaro Francisco Borges e sobrinho do grande mestre J. Borges, Severino Borges conviveu com a xilogravura desde criança e estimulado pelo pai, começou a trabalhar com a arte em Olinda (PE) e aos poucos foi conquistando o seu espaço e seguindo os mesmos passos dos seus mentores.
O maior sonho deste moço é ver a xilogravura reconhecida entre os mais novos, apresentada como arte, nas salas de aula.
Severino Borges, menino do interior, filho do sertão, busca inspiração no folclore, no cotidiano popular, nas histórias encantadas que o povo conta e que ele transforma de forma singela em desenhos maravilhosos que teremos o prazer de conhecer na exposição “Marcas do Tempo”, no SESC Campinas, entre 17 e 31 de agosto de 2013.