Fotógrafo, roteirista, documentarista e produtor cultural é Luciano de Azevedo Silva, nascido no ano de 1977, na Zona Rural do Município de Monteiro (PB) e é no Sítio Pitombeira é onde estão fincadas suas raízes.
Desde muito cedo, como muitos nordestinos, sonhava em ir pra São Paulo e por três vezes tentou a sorte na terra da garoa.
Em uma dessas andanças passou 6 meses trabalhando em uma firma onde só tinha ex presidiário ou nordestino e acabei juntando uma graninha e comprou sua primeira câmera, uma VHS-C, com a qual fez o primeiro vídeo, em 2002, um projeto musical (inspirado em muito rock e no movimento Mangue Beat) chamado Karabina.
Resolveu colocar o mesmo nome na sua pequena produtora, que já realizou dezenas de vídeos documentais, institucionais e diversos registros da cultura popular.
Entre os principais trabalhos da Karabina Produções está:
• Poesia e Rima (doc 19 min)
• Cordel - A Memória Popular (doc 7 min)
• Nas Ruas de Monteiro (stop motion, timelapse)
• O que sobra do luxo é lixo (doc 8 min)
• Enquanto Há seca no Sertão (doc 4:20 min)
• Entre outros vídeos, entrevistas e fotografias
O trabalho de Asley Ravel por ele mesmo:
“Tenho tentando preservar a nossa cultura, porque essas manifestações são as minhas raízes. É doloroso ver os jovens esquecendo que temos coco de roda, mazurca, bandas de pife (pífano), repentistas, poetas, compositores e todos sendo superados por culturas importadas e de menor valia pra nossa terra como o funk, forró eletrônico, e muitas outras modinhas que a tv tenta impor e vender como se fosse bacana, enquanto ter a sua diversidade cultural fosse vergonhoso ou coisa ultrapassada. Afinal, um povo que perde sua identidade torna-se alvo fácil de ser dominado, perde seus costumes, suas tradições, seu próprio valor e autoestima.”
Em todo esse tempo de trabalho envolvido com a cultura já teve o prazer de conhecer, gravar ou retratar nomes como: Zabé da Loca, Dejinha de Monteiro, Flávio José, Totonho e os Cabra, Cabruêra, Cordel do Fogo Encantado, Chico César entre tantos outros...
Sempre viveu um caso de amor e ódio por sua terra, porque sempre amou a nossa cultura, a nossa culinária (que é o que mais faz falta quando estamos distantes), mas, ao mesmo tempo sempre teve poucas oportunidades de fazer alguma coisa. Mesmo amando esse lugar você se sente na necessidade de sair daqui pra tentar sobreviver e buscar oportunidades...
Sobre o convite para participar do Projeto Nordeste: De repente é cordel:
“Quando Samuel me avisou do projeto Nordeste: De Repende é Cordel fiquei surpreso e com medo de assumir tal responsabilidade, já que não sou poeta, mas apenas um elo na corrente que tenta fortalecer essas nossas tradições nordestinas quase seculares. Os poetas da região têm hábitos e costumes bem próprios que pouco são registrados. Todo o "arsenal" de versos sobrevive na forma oral transmitida pelos apologistas que têm na cabeça praticamente um gravador, onde registravam todas as batalhas travadas entre os repentistas nas cantorias de pé de parede. Como poucos livros são escritos, cada apologista que deixa essa mundo leva consigo parte dessa biblioteca que é viva e precisa ser preservada. Temos esse rico e vasto universo dos repentistas como um patrimônio que não se envergonha nem se deixa intimidar por escritores letrados, esse é legado que precisa de sua atenção”