Embora esteja presente em várias partes do país, foi no nordeste brasileiro que o cordel fincou suas raízes e se fortaleceu.
Provavelmente pelo fato dos cantadores repentistas já carregarem no sangue, a força da métrica e rima e a larga incidência destes trovadores nos sertões nordestinos. Do improviso para o cordel era uma questão de tempo e interesse. Sem contar que sempre ocorreram muitos poetas populares no nordeste, sem que estes carregassem as características necessárias para serem repentistas (improvisadores e velozes).
Por outro lado, num gabinete ou mesa (por isso os cordelistas também são chamados de poetas de gabinete) são capazes de produzir pérolas da Literatura de Cordel. O próprio Leandro Gomes de Barros, era um excelente cordelista, talvez o maior e mais ativo de todos sem ser necessariamente um bom cantador de improviso.
Outro ponto que fez com que a literatura de cordel ganhasse força no nordeste brasileiro foi o escasso acesso a informação. Qualquer acontecimento de grande relevância, era registrado por um cordelista, que normalmente, entre os habitantes de uma região, era o mais letrado e melhor informado.
Ainda hoje, nas cidades do interior dos estados nordestinos nos deparamos com os poetas nas feiras, declamando seus versos. Já nos grandes centros, encontramos os folhetos em casas de culturas, lojas estabelecidas em rodoviárias, aeroportos e nas livrarias especializadas.